segunda-feira, 14 de maio de 2012

A caleidóscopica globalização


O fenômeno da globalização trouxe consigo não apenas o avanço científico-tecnológico; observa-se, como produto deste processo, uma nova forma de relação com o meio ambiente, bem como, uma nova organização do trabalho em todo o globo. A temática em questão expõe-se atualmente em um sentido marcadamente ideológico, funcionando sob a égide do neoliberalismo.

Se por um lado o mundo parece menor, devido à velocidade do fluxo de informação, produto do desenvolvimento tecnológico verificado nos últimos anos; por outro, a globalização demonstra sua face cruel, marcada pelas constantes agressões ao ambiente natural e pela intensificação da exclusão social.

Este processo nada mais é que uma ferramenta do capitalismo comercial. As grandes corporações dominam o cenário econômico, sobrepondo-se, em poder, ao próprio estado, que se mostra cada vez mais subordinado. De modo que, verifica-se o estímulo às compras desenfreadas, visando o alto lucro da elite burguesa. Desta forma, o consumismo torna-se uma característica comportamental da população mundial, causando impactos ambientais em escala global, devido à obsolescência dos produtos comercializados.

As grandes corporações ampliam suas matrizes industriais aos países subdesenvolvidos e emergentes, em busca de mão de obra barata e vantagens fiscais. Consequentemente, assiste-se a uma organização do trabalho caracterizada pela exploração em larga escala dos trabalhadores nas fábricas e industrias, cenário característico do capitalismo. Via de regra, estes trabalhadores não têm acesso sequer aos direitos legais, muito menos ao que seria deles por justiça.

Faz-se urgentemente necessária a revisão deste sistema injusto e excludente, visando à desconcentração do capital do controle elitista, e a promoção de uma distribuição de renda justa que atenda aos anseios da população trabalhadora. Os governos devem, portanto, intervir no cenário econômico limitando as ações das grandes empresas. E, acima de tudo, é responsabilidade do estado garantir direitos trabalhistas reais com a intenção de abolir a organização do trabalho baseada na exploração dos trabalhadores, que ocorre atualmente.


Pelo amigo Ricardo Moreno.

Desperdiçando tempo de maneira produtiva

Jogos em flash que jogava quando menor(3 semanas menor, em alguns casos...) Muitos deles tem valor artístico ou cultural genuíno, especialmente para quem entende algo de inglês.
















Oiligarchy


Mostra ''mais ou menos'' como a indústria do petróleo ajudou a moldar o mundo moderno.














Mastermind: World Conqueror


Põe o jogador na pele de um vilão que deseja conquistar o planeta. Destaque para a arte e a programação.














McDonalds Videogame

Retrato ficcionalizado de como opera a indústria do fast-food.



Game Art de primeira. Você tem UMA chance de salvar o mundo.


Jogo educativo, que ensina conceitos de Biologia enquanto diverte.


A lógica simples da reação em cadeia.



Uma caricatura da vida burocrática e corporativa em geral.



Jogo de terror. O fato dele causar genuíno medo, mesmo sendo apenas um jogo em flash, conta muitos pontos para ele.


Jogo de arte. Descubra os seis finais para a história de amor entre o rapaz, a moça... e a Lua.


Sacrifique dezenas e dezenas de homens de brinquedo para garantir as posições até o esgotamento do outro exército. Algo relativamente a ver com as guerras de verdade.






Como descobri o ladrão de marmitas




Não sou de tomar partido.
Prefiro ficar à margem das coisas que não me dizem respeito.
Quando pedem minha opinião sobre esse ou aquele assunto, mesmo que seja polêmico, não tenho medo de ser sincero.

Mas não espere me encontrar discutindo minha opinião ou a dos outros. Opinião e bunda todo mundo tem. Mais ou menos: tem gente que não tem bunda.
Não tomo partido principalmente no trabalho, onde os “colegas” têm a obrigação de serem simpáticos e agradáveis, aceitando a cor, o credo, o modo de vestir, o time do coração, a posição política ou a orientação sexual de todos.

Alguns administram isso melhor do que outros, mas é possível ver nos olhos desse ou daquele o desconforto disfarçado quando dizem “- Pois não?” ou “- Obrigado.” ou “- Cada um cada um, não é?”.
Imagine se pudéssemos falar para quem trabalha conosco o que realmente pensamos deles? Ou, melhor ainda, o que gostaríamos de fazer com eles?

Quem gosta de falar tem que estar preparado para ouvir, e poucos tem a noção dessa regra fundamental para o bom relacionamento, principalmente em um ambiente onde estamos juntos por necessidade e não por prazer.
Por isso, como já disse, não me envolvo. Porém, de mais ou menos um mês para cá alguns fatos ocorridos no meu trabalho me levaram a tomar uma posição.

Começou em uma tarde de segunda-feira. Estava enchendo minha garrafa com água – supostamente – potável do filtro do corredor quando ouvi duas mulheres do meu departamento conversando.
“- Roubaram a marmita da Maria!”
“- Qual Maria?”
“- A Maria, aquela moça nova, da nossa recepção...”
“- Roubaram a marmita dela?”
“- Não, a marmita inteira, não.”
“- Então, roubaram o quê?”
“- Roubaram... ”

Minha garrafa acabou de encher e não quis que percebessem minha atenção. Voltei para minha mesa sem ouvir a conversa toda.
A empresa onde trabalho fica em uma região distante da cidade e seu entorno é desprovido de boas opções para almoço. Assim, coloca à disposição dos seus funcionários um restaurante, uma lanchonete e um café. E distribui vale-alimentação para todos.
As pessoas que quiserem trazer sua própria refeição podem utilizar a geladeira e o microondas disponíveis nos pequenos refeitórios, dois por andar, um em cada lado do prédio.

Nunca pensei em fazer isso; acho a comida do restaurante e os lanches da lanchonete bastante razoáveis.
No dia seguinte a colega da baía defronte da minha, analista como eu, voltou nervosa do almoço. Não lhe perguntei o que havia acontecido, é claro, mas, curioso, deixei o som desligado, ficando apenas com os fones nos ouvidos. Ela estava furiosa e desabafava com o colega ao seu lado:
“- Era só o que faltava! Fui almoçar e quando abri minha marmita, o ovo mexido tinha sumido!”
“- Omelete?”
“- Não! Ovos mexidos... Roubaram! Você acredita?”
“- E o resto da marmita?”
“- O resto? O arroz com feijão, a berinjela e as batatas?”
“- É!”
“- Deixaram lá.”
“- E você comeu?”
“- Claro que não!”

Liguei o som novamente e a música que tocava na rádio era “Real Man”, do Bruce Springsteen: “... To some smooth talkin' cool walkin' private eye...”.
Naquele mesmo dia, já encerrado o expediente, no elevador, ouvi duas estagiárias comentando que o roubo das marmitas não era novidade. Estavam preocupadas.
“- Imagina. Se abrem sua marmita para roubar a mistura, podem muito bem não roubar nada e deixar algo lá.”
“- Verdade. Alguém já reclamou com a segurança?”
“- Parece que falaram com a secretária do diretor.”
“- Será que ela vai falar com alguém?”
“- Duvido!”

“Ela tem razão!” – pensei. A última pessoa da qual se deve esperar alguma providência é a “secretária do diretor”. Aliás, qualquer pessoa próxima a qualquer diretor evita a todo custo comunicar problemas a seu chefe. Talvez seja um dos motivos de diretores estarem sempre sorridentes, aparentando não terem nada para resolver.
Passei na padaria e comprei queijo e presunto. Em casa descongelei dois filés de frango, hidratei um pouco de shitake seco e com esses ingredientes preparei um rolê de frango.
Procurei no armário e achei um monte de caixinhas de plástico, não usadas desde que fui casado, anos atrás.
Tupperware, é como são chamadas. “Tupperware, entupeware, anywhere” deveria ser o slogan disso. “Por que será que sempre há mais caixas do que tampas?”, indaguei.
Consegui encontrar a tampa da mais transparente entre as caixas e com ela fiz minha marmita, colocando o rolê de frango coberto com molho branco e acompanhado de algumas batatas sautê.

No dia seguinte coloquei-a em um lugar visível na geladeira, junto a um monte de outras marmitas. Fiquei espantado com a quantidade delas. Não imaginava que tantas pessoas trouxessem a própria refeição.
O refeitório fica aberto até as 14:00h. Consegui almoçar somente às 13:30h, morto de fome, esperando não ter sido a vítima da vez. Encontrei minha marmita intocada e saciei o apetite.
Naquela noite preparei outra receita: medalhão de filé mignon ao molho madeira, acompanhado de risoto de alcachofra. Fazia tempo que não cozinhava com tanta motivação.

Não fui almoçar muito tarde na quinta-feira. Se estava em uma investigação, pensei, precisava observar as pessoas que almoçavam naquele refeitório onde os eventos aconteceram para tentar encontrar, dentre elas, alguém que levantasse suspeitas.
Nos dia seguinte levei novamente “meu rango”, desta vez um mexido de ovos que aprendi a fazer no Ponto Chic.


(....)


Mais em Dicas sobre nada, do grande amigo Capitão Ócio.